
O caso dos instrutores que engravidaram 15 instruendas na Escola Prática de Matalane ainda tem muito “pano para manga” e promete ainda fazer correr muita tinta, em diferentes sectores da sociedade moçambicana. Várias organizações um pouco por todo o país exigem respostas, e o bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM) pediu a responsabilização judicial dos instrutores em causa.
A OAM considera que o assunto não tem de morrer, tem de ir até às últimas consequências, parar nos tribunais, e serem responsabilizados os que perpetraram esses actos.
Por sua vez, a Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) quer ver esclarecido o caso dos instrutores, daí que um grupo daquela organização deverá deslocar-se ao terreno para obter mais dados sobre o assunto.
Já, a sociedade civil moçambicana classifica como “repugnantes” os abusos sexuais perpetrados pelos instrutores.
A sociedade civil considera que estes actos espelham os cenários graves que as mulheres vivem no seu dia-a-dia nos seus sectores de produção.
Inocência Mapisse, pesquisadora do Centro de Integridade Pública (CIP), refere que estes actos estão muito ligados à corrupção em vários sectores da administração pública.
Para Mapisse, esta é uma oportunidade que o Gabinete de Combate à Corrupção tem para investigar, ir ouvir as pessoas, pelo que neste processo se deve garantir a integridade das vítimas, porque estas, quando denunciam, são sancionadas e são as que mais sofrem.
Por seu turno, a Associação da Mulher Lei e Desenvolvimento (MULEIDE) congratula-se com a suspensão dos instrutores, uma acção movida pelo Comandante-geral da Polícia, que em comunicado anunciou ainda a dispensa das candidatas grávidas, com a condição de voltarem no próximo curso para o juramento da bandeira.